domingo, outubro 21, 2007

Bandolim

Toca assim o bandolim; sei-me só.

Andança por uma tarde escurecida, valsa sem par, ourives da solidão. Toca assim o bandolim. Atesta-me a vastidão da planície deserta, faz-me ventar e ecoar num vale; dá-me frio.

Quem disse que às cordas importam as notas que vibram? A música é o espelho da vida: toda beleza é acidental, e solitária. Quando toca assim o bandolim, isolar-se é apenas aceitar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo!
Mas acho que é mais...
Pra mim, música é espelho da vida, combustível do corpo e analgésico da alma.
bjs

Anônimo disse...

Bernardo Tonasse é poeta, quem diria? Adorei, lindo bandolim da solidão.