- Às vezes dá uma vontade de descobrir alguma coisa de mim mesmo. Como se eu nunca estivesse completo quando não estivesse remoendo mistérios. Doidices, né?
- "Doidices"... Por que você sempre faz essas perguntas no final? Como se fosse vergonha sentir e pensar coisas só suas.
- E quem não faz isso, mocinha?
- Pois às vezes parece que tem um grande diabo revoando o mundo e dizendo e ordenando o certo do sentir. Ninguém nunca falou assim por inteiro, mas mesmo assim a gente envergonha. E só pode conversar aquilos que ninguém mais tem dentro de si, de tantas mil vezes aparecidas na boca do povo.
- Esse diabo é dentro da gente...
- Mas alguém botou ele lá, meu anjo. É triste pensar que nascemos assim.
- Nascemos não. Não estamos nós aqui, apagando o "doidices" da frase? Por mim, que existam mil demônios, cuspindo suas censuras; estamos aqui, de frente pra lua, com o coração desembrulhado. É assim que é bom viver. Ter alguém que me faça experimentar a humanidade que me corre nas veias. Amar é não saber o universo, juntos.
segunda-feira, abril 30, 2007
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2 comentários:
engraçado,
sempre tive a impressão de que os demônios dentro são os que falam as coisas mais particulares - aquelas consideradas tão únicas que niguém vai entender
e o mundo emenda censuras, as pessoas, por serem ensinadas a temer demônios aceitam...
beijo
que bonito!
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