Lá no alto do morro, tem uma casinha pra se olhar pra vida. Vento e homens sobem sobem sobem, vão construindo e soprando castelinhos de areia que chamam de casas. Lá no alto do morro. Sabem que o alto é presente de Deus, dado e guardado no coração de cada um. O alto foi feito pra se olhar pro mundo; pra baixo, pra em volta... Mas principalmente pra olhar pra cima.
Olhar para cima e ouvir os sons: sangue correndo nas veias, células estalando. Quereres. Balançar ao vento é estar bem consigo mesmo. Lá no alto do morro, beira-mar, folha de caboclo-chorão e de aroeira. Faz coração de pedra virar poeta, faz insone virar sonhador. Faz perder a vergonha de gostar. Amor não vem de Deus nem dos homens; amor vem do de-repente.
Quem nunca subiu numa casinha no alto do morro não sabe o que é estar vivo, não senhor. Ou pelo menos não sabe que sabe. Porque toda vida o que quer é subir, e Deus está no céu, a morte debaixo da terra.
sábado, abril 07, 2007
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Um comentário:
faz um tempo que não venho aqui. hj lembrei o porquê de eu sempre vir.
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