terça-feira, fevereiro 13, 2007

Revisitando velharias III

Esse é de março de 2006 (só sei isso porque o espertíssimo Windows guarda a data de seus arquivos).

Se as sextas-feiras falassem

Encontro. Eita palavrinha que denota acaso. Pensando assim, sem objeto direto, parece até que bate de testa testa. Assim, encontro. Desculpe, machucou?

O pior é que naquela sexta-feira foi assim mesmo. Não que tenha calo na minha testa; sejamos metafóricos. Era encontro combinado e agendado, que nem consulta de médico. Ele de calça jeans, ela de blusinha florida. (Ele era eu, note-se). Ela na banca de jornal; ele atrasado mais ou menos. E lá foram eles, ainda desencontrados, mas já desconfiados.

Do assoviar descuidado para o “ai, minha testa!” foi – como sempre é – um simples-ser inexplicado. Foi, ué. Aconteceu em algum ponto entre o nascimento de e a morte de ambos; não posso ser mais preciso. “Ploc!”: testa com testa. Doeu gostoso.

Ele era eu. Viveu feliz para sempre. Se você encontrá-lo, ele saberá contar melhor. Porque hoje eu não sou mais ele. Saí de cena, fui catar coquinhos na praia do esquecimento. Ele ainda está lá, com ela; soube que acaba de inventar o elixir da imortalidade. Onde, ao certo, é que não sei. Pergunte àquela sexta-feira; ela guarda todos os segredos.

2 comentários:

Anônimo disse...

vc me espanta, bernardo. cara, muito bom!

Anônimo disse...

Fico a espera das segundas, terças, quartas e quintas da sua vida!!Isso pq acho q no fim de semana vc foi cuidar da testa né!?!?!