Meu samba, se existisse, seria cantado ao pé do ouvido
Antes de dormir, virado pras estrelas.
Seria um samba pra espantar o frio de dois corpos cansados.
Meu samba, se existisse, teria uma pitada de leite de coco
Soaria como um sino que se apaga
E teria, quiçá, um cheiro de maresia.
Mas meu samba é sonho distante
Pintado em mil quadros
Atrás de mil janelas
Compor sem ritmo ou melodia
Dedilhar um violão sem cordas
Cantar rouco de desespero
Essa é a música que me foi destinada.
sábado, fevereiro 03, 2007
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3 comentários:
Devo te desejar mais dias chuvosos...
é porque o samba precisa de um bocado de tristeza, como diria o poetinha.
é esse vazio, essa distância que alimenta a canção.
apesar da evidente ligação com o texto anterior através do título, a minha interpretação, ou melhor, viagem entende que é esperado o dia que não se precisará cantar mais o que tanto incomoda.
"Compor sem ritmo ou melodia
Dedilhar um violão sem cordas
Cantar rouco de desespero
Essa é a música que me foi destinada"
essa teimosia, essa coisa que não tem mais volta, que faz a gente continuar nestes rabiscos incessantes...
deu pra andar por outra paragens pelo visto... gostei muito!
beijos
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