terça-feira, julho 11, 2006

Risco de reflexão que não é minha

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Cansaço. Cansaço que pega e tira a cor de tudo que é bonito - e que é feio também. Cansaço que só faz fechar o olho, mesmo acordado. Cansaço que acaba com esperanças; destrói idas alegrias. Cansaço que cansa antes de ser cansaço. Cansaço que mata. Que mata, pai. Já não tenho nem lágrimas pra chorar. Eu sou minhas próprias lágrimas. Adeus, meu pai. Não pense que não o amo.

Rogério
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Como é simples criar o sofrer e morrer de alguém. Rogério não existe, nunca existiu, e portanto nunca se matou. Sempre foi morto, nasceu de uma cabeça que cria. Como somos capazes disso? De onde arrancamos o desespero e inventamos destinos? É uma brincadeira de mau gosto. Mata quem não existe, entretém quem vive. A dor deveria ser banida da arte.

Um comentário:

Stephanie disse...

Tem uma frase da Clarice Lispector que diz "a única maneira de nos salvarmos é criando outros mundos".

Por que eles haveriam de ser bonitos, felizes e sem dor, se quem os inventa está cheio de imperfeições?