segunda-feira, janeiro 16, 2006

Poeminha verde

No escuro do quarto
Piscou o vaga-lume.
Voou, sobrevoou, revoou.

Iluminado pela fraca luzinha,
O menino esboçou um sorriso;
Nos seus olhos viam-se lágrimas.

Lágrimas verdes
O inseto era a única luz que havia.
Lá fora não tinha lua
E a janela estava fechada.

O menino esboçou seu sorriso
Também verde como o vaga-lume.
Este se aproximou e piscou outra vez
Tão perto que lhe beijou a testa.

Se sorria também, não se sabe;
O certo é que sabia beijar as testas de meninos tristes.

As lágrimas verdes desceram pelo rosto verde,
E o menino, já todo verde,
Quis perguntar ao vaga-lume
Algo de que não sabemos.

Talvez nem ele soubesse;
O certo é que o vaga-lume apagou
E a escuridão voltou.

Um comentário:

Anônimo disse...

o vaga-lume sempre apaga, e a escuridão sempre volta.
sou a irmã da ana caroll (uff) e adorei a poesia!