Ela canta, e eu calo. Quase que por acidente, ela canta. Voz pequena, encolhida de timidez. Se
fechasse os olhos, é certo que preencheria o mundo.
Eu calo, e ela canta. Violão, vida, vaga-lume. A formosura do mundo pertence a todos. Mas insisto em calar, pois o meu silêncio é que traz tudo pra mim. Ladrão da beleza das coisas, é o que sou.
Calo, e, por um indefinido instante, a sua voz é minha. Melhor que roubar doces na venda.
Certos sonhos são só nossos. Eu estava lá e vi, seu canto que me sorria. Aquela voz tão curta,
tão lua. Música que depois de mim sumia.
terça-feira, março 13, 2007
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Um comentário:
só com silêncio é que podemos prestar atenção nas coisas e recebê-las. "Se fechasse os olhos, é certo que preencheria o mundo" é muito bonito.
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