segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Quatro parágrafos bobos

Abre parêntese: felicidade não é verbal; muito menos poética. Não é metafórica ou metonímica, nem aceita adjetivos. Felicidade é quase - tão quase - burra. Ou iletrada.

Felicidade nem se chama felicidade; mudou seu nome já faz tempo. Hoje em dia, ouvi dizer que corre por aí, nas casas dos pobres e medíocres, enquanto os poetas... Bem, os poetas são inteligentes demais; estúpidos. Analfabetos em vida.

O sol já vai indo e ela com ele. Para onde? Para os pagodes e boates, novelas e bailes funk, brincar de se esconder e achar, sem documento algum que não o da simples existência. Ela é só danças e erros de ortografia ou dicção. Felicidade não se escreve nem se diz. Não é à tôa que beijos não falam.

Felicidade é canhota. É lápis mal apontado, desenhando bonecos na carteira durante a aula. É trêmula, cheira a perfume barato, mancha a roupa se não colocar de molho. É feijão com estronofe. Precisa de calculadora para calcular, talvez nem saiba assinar o nome. Mas sempre a usam pra fechar parêntese.

3 comentários:

Anônimo disse...

Então
as coisas que escrevo estão sempre muito influenciadas pelo humor e momento pelo qual me encontro, naquele dia eu não estava no melhor dos meus dias.
A bosta é que quando escrevo, passo um pouco do que sinto pro papel. E acho que sou meio egoísta, acabo não passando as coisas boas pro papel...
beijo
Juliana

Anônimo disse...

Uma das coisas que vc escreve e eu invejo.

Anônimo disse...

Tb invejo. Até porque é das melhores coisas que voce já escreveu por aqui.