quarta-feira, novembro 15, 2006

Nonsense com links (ao molho pardo, com várias opções de guarnição)

Obs: O texto é inútil e provavelmente de má qualidade. Incluo, então, para evitar violência, links aleatórios para aumentar a sua cultura geral.


O Crasso começou a ser tomado pelas reticências numa noite de cerveja. A princípio, pensou que fosse coisa do frio, um mau-olhado meteorológico nas cordas vocais. Parou no meio da cantada. E não era qualquer cantada; não perguntava se ela já tinha vindo ali, nem mesmo queria saber o nome dela, nome de princesa. Não, era uma daquelas criativas que surgem semana sim, semana não. No meio da frase, sorridente e confiante, “...”. Assim, reticência quadradona mesmo, fonte Verdana.

Não é preciso dizer que ele não pegou a mulher. E passou o resto da noite avexado; nem dançou Macho Man ou o medley dos anos 60. “Rouco. Rouco!”.

Rouco uma pindamonhangaba. Estava era, como descobriria mais tarde, reticente. (Não é esse o propósito das reticências? Revemos nossos dicionários, que a historinha é meio nonsense mesmo.)

Pois bem. Pegou alguns tic-tacs emprestado do Manuel. Deitou o dia seguinte inteiro. Pediu pra mãe fazer chá e paparicá-lo. “Menino, você não está muito velho pra isso não?”, ralhou a mãe, sempre mau-humorada. “Ah, mãe, você ...”. Não falou mais o resto do dia. Os pernilongos que erravam pelo quarto comentaram até que viram balõezinhos de histórias em quadrinhos, só com reticências. Essa foi pra deixar claro que silêncio é diferente de reticências. “Silêncio é silêncio, reticências são três pontinhos”, escreveu Al-Qali Mahdi, sábio sufista do século XVI.

Crasso... Que nome a mãe do moleque foi escolher! Era isso que sempre a sua namorada pensava, a Marcela. “Nome de cônsul romano!”, gabava-se do gosto duvidoso a mãe. “Cônsul? Com certeza devia ter havido um embaixador com um nome melhorzinho...”.

Sim, a Marcela era uma porta. Mas uma porta de madeira de lei, finamente decorada e envernizada, com figuras lascivas em alto-relevo, esculpidas por um holandês esquizofrênico viciado em prostitutas latinas. É, a Marcela vinha daquela longa tradição de mistura entre europeus e nativos, e era o que podemos chamar de gostosa de primeira linha. Deliciosa, para ser mais exato. E não precisava ser muito mais que isso.

Era a namorada do Crasso, e suas amigas – portas menos exuberantes: portinholas, portõezinhos, alçapões etc – sempre a tinham sacaneado por isso. Mas ele beijava bem, tinha um carro legal e era bem dotado. O que mais uma porta poderia querer? Olhos-mágicos e calços! Haha! Péssima piada, mas eu tenho certeza de que 60% dos que estão lendo isso pensaram nela antes de lê-la.

Mas agora ele estava reticente. Chato, hein? Ela queria falar de como achava que sua bunda estava caindo, e o máximo que recebeu de apoio foi um apertão na nádega esquerda. Nem uma palavrinha doce, ou mesmo safada. Também, com esse nome... Não sabia como tinha ficado com ele tanto tempo. “Dois meses! Que desespero, vou cair fora!”.

E caiu. O pobre do Crasso não pôde nem argumentar. Ficou tendo que ouvir o riso dos três pernilongos supracitados. Chamavam-se Xfv, Kll e Trw (pernilongos não conhecem vogais).

“(risos). Mnh hstr m qdrnhs fvrt! (risos)”. “(risos)”. Trw, não querendo, como Kll, dar como única contribuição à história uns risos entre parênteses, voou até a cama e picou o rapaz. Voltou todo cheio de si. Literalmente.

Histórias nonsense devem acabar abruptamente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Tsc, tsc... Afundado nos alucinógenos. Go ahead.

Anônimo disse...

há quanto tempo!
esse ficou especialmente surreal. os nomes para os pernilongos são hilários.
como sempre, ótimo passar por aqui.
abraços!