quinta-feira, setembro 27, 2007
sábado, setembro 22, 2007
Um retrato cretino da esperança
Voltou um tempo depois, e parou em frente à casa trancada. Sem ar que vibrasse as suas palavras, teve que passar um bilhete por baixo da porta. Avisava que demoraria mais um pouco, que era um imprevisto, que esperasse. Despedia-se com um beijo, cheio de promessas. Depois, fez queimar o bilhete, e a si mesma.
No bar às 21h
É mesmo? E o que você fez? Deu uma de homem sensível, né garanhão?
Não, fui bem sincero com ela. Que não existe essa história de metade faltando.
Ah, disse, foi?
Sim. Isso é balela. O que falta não chega a 40%.
Da série "Suspiros"
“Passas em exposição
Passas sem ver teu vigia
Catando a poesia
Que entornas no chão.”
Chico Buarque – As Vitrines
Efeita-se de mundos. Mentira ou ingenuidade, limitar seus adornos às gavetas da penteadeira, ao estojo de maquiagem. Até um sopro de vento e um vôo de pássaro enfeitam a mulher que intriga. Ela nasceu a mais filha das filhas da Terra. É tudo dela; se passa é o chão que a embeleza, e não menos o próprio ar que a perfuma.